O ser humano é um dos animais que mais demoram a amadurecer e conseguir viver sozinho. A criança, na maioria dos casos, tem maior contato com a mãe enquanto a preocupação do pai é prover a todos.
Sabemos que a paternidade tem sido discutida dia a dia, com alguma evolução, os homens tem percebido que o toque físico tem gerado mais conexão com os filhos, não é estranho ouvir ou perceber que os avôs tem mais contato com os netos do que com os próprios filhos. Muitas vezes ele se tornam a bússola de masculinidade para as crianças.
O que leva a isso?
Muitos acreditam que os avôs não tem responsabilidade em criar e educar as crianças e por isso são capazes de dar mais carinho a elas, porém, demonstram outra coisa ao meu ver, a quantidade de tempo que perderam em não curtir os filhos desde pequenos, a preocupação com o sustento da família.
Tempo de qualidade
Sabemos que o tempo é um recurso escasso, inclusive de vida, e parece que ninguém se preocupa com isso. É comum ver que as pessoas em grandes cidades perderem uma, duas, três horas ou mais que isso se deslocando diariamente para um trabalho presencial. E romantizam que a vida no campo era melhor, mesmo sabendo que não era, e que demos um salto populacional, quantidade de tempo de vida e qualidade de vida em 200 anos.
Mas há aspectos da vida em cidades menores do interior que ainda encantam, o tempo de qualidade. Como em cidades menores há menos pessoas, não há transito para deslocar até o ambiente de trabalho, menor estresse e mais tempo com as pessoas com quem você ama.
Os pais se tornam mais presentes no dia a dia da família…
O herói do seu filho
No mundo infantil, o contato com outros seres humanos é muito mais limitado do que de um adulto, então é o momento certo para você criar uma relação saudável com seu filho e tornar-se o herói.
A criança está pouco preocupada com a sua formação, seu nível de escolarização, se você está estudando, ela quer ter contato com você. Ela vai se lembrar das aventuras na floresta, das músicas e danças que aprendeu, das risadas, das brincadeiras e das histórias que você contou.
Seu sucesso ou fracasso na vida profissional não deve afetar a sua relação com seu filho, ele dá mais valor ao seu carinho e contato físico.
Você está falando isso porque é playboy
Ao contrario que muitos pensam, eu não venho de família sequer classe média mas também não éramos miseráveis. Nunca me faltou nada, mas também nunca sobrou. Meus pais sim passaram muitas dificuldades inclusive insegurança alimentar ou fome.
Meus tios eram operários em fábricas ou construção civil, meu avô era gráfico tipógrafo. Meu pai estudou e tornou-se arquiteto. Porém, nada era mais importante que a família. Vivemos como um verdadeiro clã.
Aos domingos todos se reuniam na casa do meus avós, faziam comida, compravam bebidas, eu e meus primos brincávamos na rua de barro, escorregávamos nos tobogãs (risos), a gente jogava dominó com os adultos, bola, amarelinha junto com os adultos (homens e mulheres).
Depois da morte da minha avó, meu avô começou a jantar lá em casa e sempre tivemos conversas e histórias eram contadas. E isso me marcou muito, já tinha 8 anos lembro muito bem.
Com o passar dos anos e aumento de trânsito meu pai e avô foram chegando em casa cada vez mais tarde, mas sempre havia o contato aos finais de semana com meus tios e meu padrinho. Meu padrinho era outro que gostava de contar as histórias da vida dele, nem sempre felizes, mas com muita alegria e ensinamentos. E várias vezes fomos (meus primos e eu) trabalhar com meu padrinho, não me lembro uma única vez que foi ruim o dia.
A falta de tempo, de dinheiro ou desemprego nunca foi desculpa para os homens da minha família para evitar os filhos, sobrinhos ou afilhados. Sempre tivemos juntos independente de desavenças familiares.
Sim, em questão familiar sempre fui playboy!
E neles eu me inspiro todos os dias em ser um pai melhor, ainda estou aprendendo e continuarei a aprender até eu partir dessa vida!